sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Férias de Verão 2013 - Parque Nacional dos Lagos de Plitvice

Desde que assisti a edição do Globo Repórter sobre a Croácia eu fiquei encantada com esse parque (e com a Croacia toda!). Confesso que não sou lá muito ligada em natureza, mato e afins, tive minha cota de "aventura" nos meus anos de escoteira. Depois dos vinte aninhos to mais pro concreto, cidades e tals.

Enfim, me encantei e convenci o Károly (que já conhecia) que deviamos visitar nesse verão. Ele bem que tentou me avisar que apesar de lindo, o lugar não era bem o meu tipo de passeio. Eu ignorei.

Saimos de manhã de Zagreb e seguimos pro parque, que fica há mais o menos 150km, oque numa situação comum de estrada quer dizer menos de duas horas. No caso dessa viagem, significa mais de duas horas.
A estrada lembra a velha e boa BR116, LOTADA de caminhoneiros com sangue "nozoio" e muuuuitas curvas.




É um caminho bacana, passa por muitas cidadezinhas cheias de banquinhas de mel, vinho e queijos, uma paisagem diferente de tudo oque eu já vi por aqui. Mas tem também o lado triste, que até então não haviamos visto, os resquicios da guerra. Passamos por vilas que ainda estão sendo reconstruídas, casas metralhadas, parecendo uma peneira de tanto buraco de bala.
Entretanto oque mais me chocou foi uma escola, totalmente em ruínas e destruida, é visivel o empenho que houve pra acabar com aquele lugar. =(

Não tirei fotos, na hora nem pensei no assunto.

Chegamos no parque lá pelas dez e pouco, o estacionamento já tava cheio e eu estave eufórica. Pok que havia dormido a viagem toda estava bem descansado e pronto pra mais uma "aventura".

Eu já havia me informado que lá dentro havia um "trenzinho" pra fazer o passeio e tinha também um barco, pensei que essas seriam as melhores alternativas pra gente, primeiro porque estavamos com o Pok e sabiamos que esse negócio de fazer 'trilha" com criança não é muito bacana, segundo porque eu DETESTO fazer trilha kkkk.

Na portaria me informei, a mocinha muito gentil explicou exatamente oque fazer e lá fomos nós. De acordo com ela seria 15 minutos de caminhada até o trenzinho, de lá deveriamos descer na parada numero 3 e depois caminhar mata adentro (pelos lagos) até o barco que nos levaria ao ponto 1.
Opa, tava joia, uma hora e meia de caminhada me pareceu ok.

Pok se achando super aventureiro!
Lá fomos nós, tudo muito lindo e tals. Pegamos o trenzinho vazio na primeira estação, na segunda tinha um povão alvoroçado, parecia a estação da Sé as 6 da tarde. Uma gente mal educada e esquisita, Károly fez questão de dizer que aquele povo era a galera típica dos Balcãs, eu não gosto muito dessas generalizações e prefiro acreditar que nem todo mundo por lá é mal educado como aquela gente.

Pok se achando dono do Trenzinho e o povão esperando pra invadir.

Seguimos por uma trilha em zig-zag, eu olhava admirada para aquele água de um verde piscina maravilhoso, nunca tinha visto nada parecido, feliz agradecia o querido por ter me levado, agradecia a Deus, enfim, tava no paraíso!

Pok pediu essa foto, no trem que não era trem!

Na estação 3 começou o meu INFERNO!

Descemos do trenzinho e fomos pra tal trilha que nos levaria ao barco, a mocinha, indicou por onde seguir e eu já comecei a choradeira, eram umas passarelas de madeira, uma coisa estreita em cima dos lagos. Tava lotado e eu tava vendo a hora que um daqueles seres cretinos iria me empurrar pra sair da frente e eu iria cair e morrer! (DRAMA!)
Deixamos todo mundo seguir na nossa frente.

Károly não sabia se ria ou se chorava, se me ajudava ou se segurava o Pok, sim queridos, lembre-se, ele tava junto!

Segurança ZERO, eu não to exagerando!

A pedidos eu dei uma relaxada e tals, pensando "ahhh o barco tá perto, bora curtir a paisagem!", tiramos fotos e tudo ia bem até eu me dar conta de que mais de uma hora e meia já havia se passado e nem sinal do tal do barco.
Olha ae, dá até pra mentir que foi só alegria!
Seguimos caminhando, Pok ja não aguentava mais e berrava pra ir no cólo, o pai cansado implorava pra ele aceitar ir de cavalinho, ele não queria, queria ir no cólo. Eu chorando porque começamos a descer uns barrancos, a bagaça era escorregadia, tava vendo a hora que eu ia rolar lá pra baixo e fazer um strike na galera.

Não foi bacana!
 Detalhe, eu andando tudo isso de CHINELO, porque a espertona não levou TENIS!


Pausa!


Ao todo passamos 3 HORAS nessa trilha e foi o INFERNO na terra. Chegamos no barquinho eu já tava chorando e puta da vida, mas fiquei felizinha, esperava um passeiozinho e tals, na verdade era uma balsa pra atravessar do outro lado hahha, não era o meu dia!

Do outro lado, tinha um lugar super bacana que vc pode alugar canoas e fazer passeio, restaurante, playground, o lugar ideal pra ficar de boa admirando a paisagem e molhando os pés na água gelada.

Estavamos os três tão cansados, tão passados fisica e emocionalmente que nem paramos ali, subimos a escadaria de volta (enorme) pro ponto1 e caminhamos pra saída.

E ai rolou uma coisa bizarra e a cereja do bolo, vimos um monte de gente que haviamos visto horas atrás lá no meio do mato caminhando em sentido oposto, descobrimos então que haviam rotas alternativas, mais curtas e a LAZARENTA na entrada nos indicou a trilha mais LONGA. Gente, que raiva, eu praguejei até a oitava geração daquela infeliz e só não parei na portaria pra falar um monte porque realmente estava acabada, só queria ir pro carro.

Bom, é o seguinte, o lugar é lindo, maravilhoso não é atoa que recebe zilhões de visitantes de todas as idades e é patrimonio mundial da humanidade, PORÉM, o meu querido tinha razão, não é o meu tipo de passeio.
Então, se você é assim bunda-mole como eu, eu sugiro que vá pra lá dar uma olhada por cima, escolha uma trilha alternativa ou nem escolha uma trilha, simplesmente caminhe até a estação numero2 e desça pro primeiro lago, ali vc pode ir de barquinho até a estação 3 ouuuuuu alugar uma canoa e ficar curtindo, a canoa custa uns 5 euros.

Também achei que apesar de bem cuidado (suuuuper limpo, vc não ve o povo fazendo farofa, não vi sequer uma bituca de cigarro no chão durante a trilha) e de ter uma estrutura legal, falta segurança. As passarelas me deixaram bastante insegura e acredito que nas trilhas poderiam ao menos colocar umas barras de ferro, tipo corrimão, afinal tem gente de todas as idades por ali.

Eu recomendo levar crianças maiores de 3 anos e que sejam habituadas à esse tipo de passeio ou pelo menos que curtam uma coisa natureba. Pok não foi o único berrando e nós não eramos os únicos país passando aperto.
Até dá pra levar carrinho, mas se prepare pra ter que desmontar em alguns trechos ou carregar.

Use tenis, leve água, passe protetor solar, repelente e desencane de banheiro, não tem nenhum durante a trilha, apenas nos pontos de apoio.


A entrada do parque custa uns 15 euros, (110 kunas), o estacionamento acho que foi uns 4 euros (7 kunas por hora), estudante tem desconto e crianças menores de 6 anos não pagam, de 7 a 18 anos pagam meia.
O "trenzinho" e o barco estão inclusos no preço.

Pra ver só por cima é de graça, ou seja, se estiver passando por ali e quiser apenas parar pra dar uma olhada e tirar essa foto abaixo, é de GRAÇA!



Esse é o site oficial do Parque Plitvice, qualquer coisa to por aqui, se eu puder ajudar será um prazer.

Beijocas e ótimo final de semana.


5 comentários:

Eliana disse...

Oh, se vc não conta, nem dá pra imaginar que a coisa é punk...eu não daria conta de andar mais de uma hora e meia nem aqui e nem na China...ainda mais subindo e descendo...imagina naqueles caminhos ali de madeirinha...so jeito que sou sortuda, era capaz do meu pé ficar preso em algum vão hahaha
Mas realmente o lugar é lindo, hein...que bom que aproveitou mesmo aos trancos e barrancos rs Eles não tinham mapinhas impressos? Isso poderia ter facilitado bastante a vida de vcs...mas pelo visto vcs viram tudo. Ahh valeu... rs

Isabel van Gurp disse...

Eu também estive lá...e simplesmente um dos lugares mais lindos que eu já visitei. Adorei.

Fernanda disse...

Ingrid vc é a pessoa mais engraçada que eu conheço sério, fui obrigada a ler seu texto em voz alta para meu marido fazendo algumas pausas para rolar de rir....
Mesmo assim fiquei com muita vontade de conhecer este lugar (deve ser pelo mesmo motivo que morro de vontade de fazer camping e o Jayson sempre me zoa relembrando que não dá para levar secador e que eu reclamo de todos os hotéis porque o travesseiro é muito alto ou muito duro)
Beijos!!!!

NBA disse...

Ingrid me desculpa mas estou rindo da sua tristeza, eu tb sempre entro nessas furadas. Eu gosto de parques, mas ficar andando léguas não é pra mim. Vc pelo menos andou de havaianas. Pior fui eu no pq da Chapada Diamantina, fui de havaianas mas em alguns pontos do passeio o Ibama proíbe, a empresa de turismo me emprestou um par de sandálias que era bem maior que meus pés a sandália arrebentou e tive que andar descalça nas pedras com o chão fervendo hahaha. Isso é bom para aprendermos que pessoas como nós que não gostamos de andar léguas só devemos ir á parques para sentar, olhar a paisagem e voltar pra casa.

Ingrid Gomes disse...

Eliana, a gente vacilou, ao invés de ir na conversa da moça deviamos ter seguido o mapa kkkkk
Mas enfim, agora já foi!
Vimos tudo oque tinha pra ver e de FATO não preciso mais voltar! haha

beijocas


Isabel, é muito lindo mesmo!
Obrigada pela visita aqui no blog.


Fezita, pode rir porque quando vc for fazer programa de indio e choramingar no blog eu vou rir também kkkkkk
Eu to considerando seriamente camping, quanto a isso não tenho problema, meu drama mesmo é essa coisa de fazer trilha ficar andando que nem bandeirante no meio do mato, disso eu não consigo gostar kkkkk.

Beijocas, querida.


NBA, pode rir vc também, foi tragico mas foi engraçado, eu quando lembro tb morro de rir.
Bom vc contar sobre a Chapada, vivendo e aprendendo!
(Não que eu vá pra lá fazer trilha, mas fica de dica pra quem tiver afim de ir, né?!)

Eu teria sentado e chorado, fingido de morta pra ser resgatada kkkkkk

Menina, eu não dou conta dessas coias e nem é porque eu sou gorda não é que eu não curto.

Numa cidade eu ando de cabo a rabo, mas de trilha eu quero DISTANCIA. kkk

Beijocas