segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Cidadão do Mundo


O dia hoje começou  tranquilo, pela primeira vez em muito tempo acordei uma hora antes do pok, mas não se enganem minhas queridas, eu não acordei super cedo, foi ele quem acordou super tarde, Pokbunny aproveitou a segundona pra dormir muito, foi até as dez, acordou com a pilha toda, trocou o cereal por um pote de torradinhas de alho (é, ele come qualquer coisa mesmo!) que tava dando sopa em cima da mesa e depois se acabou de brincar, já era quase uma da tarde quando ele resolveu que era hora de tomar seu chazinho e tirar uma soneca, foi pra cama e tá dormindo até agora, ADORO dias assim, sossegados!

Mas razão do post nem é contar de como andam as coisas aqui e sim pra fazer uma breve e muito sincera crítica sobre um texto que "tocou" o coração das mães que moram fora do Brasil, mas que eu não curti haha o texto é esse:


É uma carta que uma jornalista brasileira que mora em NY escreveu pro filho que ainda nem nasceu, eu confesso que já sinto pena dessa criança, nem nasceu e já carrega nas costas o fardo de ter uma mãe que ainda não sabe bem oque quer da vida, que vive com um pé lá e outro aqui tenho medo dessa gente!

Opa, Opa, abaixem as pedras que eu explico, não estou dizendo que quando você mora fora deve esquecer e renegar o seu país, que ao ter um filho na gringa, seu filho será gringuinho e nada más...

Mas pra mim, não tem credibilidade a nega que escolhe morar fora e depois fica lamentando tudo oque o filho não vai ter, e não vai ter numas né, porque na real é bem possível aproveitar o melhor dos dois mundos, pra isso basta querer, Ok, viver em um lugar é uma coisa, ir a passeio é outra, mas mesmo assim, acho que tá valendo.

Pok é brasileiro, hungaro que por enquanto mora na Holanda, o futuro a Deus pertence, crio meu filho pro mundo, não carrego culpa e nem choro pensando que ele não vai comer pastel de feira e tomar caldo de cana, ou que não vai comer os bolinhos de frango que minha tia faz, vai sim, quando for de férias ou quando eu tiver de boa vontade e fazer uns pasteis em casa, o caldo de cana pode até se que ele nem goste, mas se gostar, quando for visitar ele toma, já os bolinhos, bom, esses vai ficar na saudade mesmo porque eu não sei fazer não!
Não me lamento porque ele vai assistir os desenhos locais o invés de assistir o Sitio do Pica-Pau Amarelo porque a bem da verdade é que o sitio, aquele classicão que EU assisti já deixou de existir faz tempo... o sitio e muitas outras coisas, dia das crianças? Ele vai ter a sorte de ter dois, um hungaro e um brasileiro, dia do indio? Tem também, se pintar de coelhinho na Páscoa, mamãe pinta (se ele quiser), primos pra brincar e brigar? Sou filha única, o Karo tem um irmão mais novo que esperamos que demore mais uns dez anos pra procriar.

Enfim, eu poderia fazer uma lista enorme de soluções, práticas, rápidas e indolores pra tudo oque muitas vêem com tristeza, eu vejo tudo isso como parte da vida que EU escolhi quando resolvi fincar raizes no exterior e mais, eu ainda vejo o Pok como um privilegiado de crescer longe do Brasil mas AINDA assim, ser brasileiro, fora da Hungria, mas ainda assim ser hungaro, eu não me vejo privando meu filho de ter nada e sim dando a ele a oportunidade de ter mais, muito mais doque muitas crianças no Brasil ou na Hungria tem. aliás, até mesmo ele se estivessem crescendo em um desses dois paises, talvez não tivesse nem metade doque tem vivendo aqui.

"Ahhh mas não tem a familia, não tem os avós, não tem as tias, não tem o natal com perú sadia e a Rei na Tv", não tem todo ano e o tempo todo, mas ainda assim, tem, as tias, a familia todo mundo tá lá de braços abertos, o amor não diminui, pode haver saudade, mas o amor também tá lá, o resto, a gente vai se virando, porque a vida é assim, nem sempre se pode ter tudo e quanto mais cedo se aprende isso, melhor se vive.

Meu filho não teria a infância que EU tive no Brasil porque a vida mudou, o tempo não volta, não tem porque viver no passado, não tem porque eu idealizar uma coisa que já não existe mais, além doque, acho doentio essa coisa de querir o filho vivendo as mesmas coisas que eu vivi, quem vive de passado é museu, o presente é agora e o agora tem muitas coisas legais e interessantes pra ele viver.

Farei o melhor de mim pra manter o Brasil presente no nosso dia a dia, mas não morrerei de culpa, remorso ou infelicidade se lá na frente ele não quiser saber de feijão com arroz (DUVIDO haha) ou se falar portugues com sotaque, não vou morrer de culpa ou de remorso se ele preferir a neve doque derreter no calor escaldante (eu mesma prefiro mil vezes o frio ao calor!).

Pok é brasileiro, paulistano da gema e sempre será, agora se o será dizendo "APARTAMEEEENTU, ORRAAA MEEEU" e todos os clichês e o sotacão que eu ainda tenho, ai eu já não sei, Pok também também é hungaro, e um dia pode até ser que deixe de lado as duas nacionalidades e vá pra uma terceira, sabe lá oque futuro nos reserva, mas de uma coisa eu tenho certeza, eu não faço planos pro meu filho e meu único desejo nessa vida é que ele seja feliz e pra isso acho que o nosso exemplo, nosso amor, respeito e união bastam.

Meu brazungaro
Beijocas e boa semana.

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